Existem dois tipos de açúcares: aqueles encontrados naturalmente nos alimentos, como a frutose e a sacarose (açúcares das frutas) e a lactose (encontrado no leite) e aqueles extraídos de alimentos para serem adicionados em preparações. Os açúcares de adição são definidos pela ANVISA como a sacarose obtida da cana (Saccoharum officinarum), ou da beterraba (Beta alba, L.), além de outros vegetais, através de processos industriais.

Eles podem ser classificados em diversos tipos e suas principais diferenças aparecem no gosto, na cor e na composição nutricional de cada tipo. A cor do açúcar irá definir o processo ao qual ele passou, quanto mais escuro for, menor o seu processo de refinamento, possuindo mais vitaminas e sais minerais, sendo assim, mais natural. Em contrapartida, quanto mais branco, significa que o alimento passou por processo de refinamento maior e recebeu aditivos químicos no seu preparo.

O açúcar cristal apresenta cristais grandes e transparentes, e seu processo de refinamento retira cerca de 90% das vitaminas e minerais presentes na sua composição. A partir dele são produzidos o açúcar refinado e o de confeiteiro.

O açúcar refinado, também conhecido como açúcar branco, é obtido através do açúcar cristal e é um dos mais conhecidos e utilizados. O processo de refinação adiciona alguns aditivos químicos, como enxofre, para dar a sua coloração branca. Nesse processo algumas vitaminas e sais minerais são perdidas, restando apenas a sacarose.

O açúcar demerara passa por um refinamento leve e não recebe adição química. Por isso, seus grãos são marrom-claros, possui valor nutricional alto, parecido com o do açúcar mascavo. Ele é retirado diretamente do melado de cana.

O açúcar mascavo é a forma mais pura de extração do açúcar da cana. Ele é extraído depois do cozimento do caldo de cana e não passa pelo processo de refinamento, conservando cálcio, ferro, magnésio, potássio e outros sais minerais, além de apresentar coloração mais escura e sabor característico, semelhante ao da cana-de-açúcar.

O açúcar de coco é um substituto do açúcar de cana, sendo extraído do fluido das flores da palma de coco, e não do fruto coco. Ele não passa por refinamento e adulteração e não contém conservantes. Possui potássio, magnésio, zinco e ferro, é fonte natural de vitaminas do complexo B e possui baixo índice glicêmico, ajudando a não alterar muito a glicemia.

O açúcar light, fit, ou açúcar magro, é mistura do açúcar refinado comum e de adoçantes artificiais como sucralose, ciclamato de sódio e sacarina sódica. É menos calórico que o açúcar comum, devido o seu menor teor de sacarose, porém não contém nutrientes. O produto final tem poder adoçante maior que o açúcar comum, com menos calorias.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, recomenda-se o consumo de açúcar até 10% do total das calorias diárias, além da recomendação adicional até 5% destas, ou seja, máximo de 50g de açúcar/dia (2 colheres de sopa), e se possível, até 25g/dia (1 colher de sopa). Segundo o Ministério da Saúde, o brasileiro consome 80g de açúcar por dia (equivale a 18 colheres de chá), onde 64% desse consumo é de açúcar adicionado ao alimento e 36% é o açúcar presente nos alimentos industrializados. Esses maus hábitos impactam no aumento de doenças crônicas não-transmissíveis na última década, corroborando para o aumento da obesidade em mais de 60%.

Embora deva ser consumido com moderação, o açúcar não precisa ser retirado completamente da alimentação. É importante compreender as principais diferenças entre os diferentes tipos de açúcares disponíveis no mercado para poder fazer escolhas mais adequadas, evitando o consumo de “calorias vazias” e que a presença de “açúcares de adição” na dieta seja de maneira mais equilibrada.


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